29/12/2014

Lançado livro sobre a história da Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano (AEPJE)



O Prof. Dr. José Rodrigues de Paiva, do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco, acaba de publicar, em parceria com a Editora Universitária da UFPE, o livro História da Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano: memorial dos 60 anos (1954-2014), para marcar a data comemorativa deste importante núcleo de estudos que há seis décadas vem dinamizando inúmeras trocas e intercâmbios culturais, promovendo congressos, encontros, conferências e debates, além de publicar a revista Estudos Portugueses, sempre tendo como objetivo ampliar o número de leitores e conhecedores da secular literatura portuguesa.
O livro – oitavo volume da série memorialista “Vozes da UFPE”, editada pela EDUFPE – foi composto como um memorial e fornece, de forma sucinta, importantes dados históricos sobre o universo acadêmico no que toca ao ensino da literatura portuguesa no Brasil e em Pernambuco, além de servir também de fonte e testemunho a respeito das diversas mutações pelas quais passou o ensino superior em nosso estado, da década de 1950 até a contemporaneidade. Traz ainda um apanhado das principais atividades desenvolvidas nesse período pela AEPJE, suas contribuições culturais, acadêmicas, os livros e revistas lançados, e analisa a importância dos eventos que sempre dinamizaram a cena cultural recifense e proporcionaram a troca de saberes entre renomados especialistas brasileiros e estrangeiros, principalmente os portugueses, dos “Seminários de Verão” das primeiras décadas de sua existência, até a mais recente “1ª Jornada de Estudos Medievais e Renascentistas”, evento anual que teve sua pioneira versão em junho de 2014. Outro ponto forte do livro são os aportes biográficos dos presidentes da AEPJE, do fundador Severino Jordão Emerenciano, um polímata apaixonado pela cultura e literatura portuguesas, passando ainda por outros inspirados estudiosos, como Joel Pontes e Francisco Balthar Peixoto, a partir dos quais se revela um pouco da presença portuguesa no Brasil e em Pernambuco nas seis últimas décadas. Aos interessados em adquirir o livro, os contatos da EDUFPE: 2126-8397/2126-8395.

TEXTO DAS ORELHAS DO LIVRO:

            “Em 1954, quando a UFPE era ainda a Universidade do Recife, o professor Severino Jordão Emerenciano, catedrático de História da Literatura Portuguesa, criou o Instituto de Estudos Portugueses junto à Faculdade de Filosofia de Pernambuco onde então funcionava o curso de Letras. Veio-lhe a inspiração para tal projeto, da criação, na Universidade de São Paulo, de instituição com o mesmo nome e objetivos. O Instituto da USP, idealizado por Fidelino de Figueiredo desde 1938 e formalizado em 1955 por Antônio Soares Amora, passaria a ser tomado como modelo pelas congêneres que viriam a surgir em várias universidades do país com o propósito de apoiar o ensino, a pesquisa e a extensão em literatura portuguesa.
            Foi esse o direcionamento dado pelo professor Jordão Emerenciano ao Instituto que fundara na Universidade do Recife como núcleo de apoio aos estudos de Cultura e Literatura Portuguesa, passando, desde as primeiras horas, a promover cursos, seminários, conferências e publicando os resultados bibliográficos das atividades dos seus colegas de ensino e dos seus alunos. Rapidamente a instituição angariou prestígio nos meios universitários e culturais não só de Pernambuco, mas também em outros estados. Sobretudo a série dos Seminários de Verão, anualmente realizados e alcançando um total de 16, veio a constituir-se no principal fator de respeito alcançado e reconhecido em parcerias tão importantes quanto as realizadas, entre outras, com o Instituto de Alta Cultura e a Fundação Calouste Gulbenkian, de Lisboa, ou o Gabinete Português de Leitura de Pernambuco.
            O Instituto de Estudos Portugueses da Universidade do Recife, inicialmente instalado na Rua Nunes Machado, na Soledade, onde funcionava a Faculdade de Filosofia de Pernambuco, mudou algumas vezes de sede e também de nome, embora não mudasse de objetivos. Em 1965 passaria da Nunes Machado para o edifício dos Institutos Básicos, no Campus Universitário e, 10 anos depois, seria transferido para o Centro de Artes e Comunicação, sempre acompanhando o Curso de Letras. De Instituto passaria a chamar-se Centro, mas sucessivas reformas universitárias tornaram impróprias essas denominações, optando-se, em 1973, pela de Associação de Estudos Portugueses à qual foi incorporado, em homenagem póstuma, o nome do fundador. A este, na gestão da entidade, sucederam os professores Joel Pontes, Francisco Balthar Peixoto e o autor deste livro.
            Este “Memorial dos 60 anos” da Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano, além de representar um esforço para deixar um registro de quanto foi feito, é também homenagem aos que, pioneiramente, construíram essa história”.

(José Rodrigues de Paiva)